Em primeiro lugar, obrigado a todos aqueles que se manifestaram contra ou a favor do tema no post anterior. Ainda que a internet pareça um campo elitista para se discutir o assunto, acredito que possamos sim contribuir para um consenso através da discussão pública em todas as mídias possíveis.
Agora, quanto a meu posicionamento sobre a Divisão do Estado do Pará: SOU CONTRA. Não somente por questões patrióticas, mas por que não acredito na viabilidade, a curto prazo, de nenhum dos projetos propostos.
Voltando a palestra da Unama, o deputado estadual Joaquim Passarinho defendeu, durante o debate, a idéia de que a divisão territorial foi proposta sem discussão pública. Dessa forma, o deputado se posiciona contra o plebiscito, pois haveria necessidade de que o projeto territorial dos novos estados também fossem discutidos publicamente, além do desejo separatista isolado.
Quando perguntado sobre o porquê da inclusão de Tucuruí no território de Carajás (afinal, Tucurí é geograficamente Norte, e não Sul do Pará), o deputado federal, autor do projeto, Giovanni Queiroz afirmou que tal decisão atendia “os desejos do povo”. Eu me pergunto onde estão as pesquisas de opinião que revelam esses desejos? Onde estão os registros dos debates públicos em que o povo defende a idéia?
Durante as últimas semanas, perguntei a vários amigos e transeuntes sobre o que achavam da divisão. Aqueles que se colocaram contrários afirmam que “o Pará vai sair perdendo”. Perdendo onde? Será que o território do nordeste paraense não possui nada de produtivo em Produtos Naturais, Serviços ou Mão-de-Obra?
Acredito que o plebiscito, portanto, se tornaria inviável na atual conjuntura do Estado. Não há estudos suficientes que demonstrem as viabilidades da implantação de novas unidades federativas; não há participação pública nos projetos até então apresentados; e não há sequer uma boa educação e consciência a respeito do processo de fragmentação do Estado do Pará ao longo de todos os seus municípios.